Pesquisando sobre projetos de Design - Mídia Digital para a disciplina Design e Expansão dos Sentidos cheguei a um projeto chamado Theia Vision, um aparelho que transforma imagens capturadas em formato de vídeo em áudio de forma a auxiliar pessoas com problemas de visão.
O aparelho conta com um dispositivo que pode ser acoplado aos óculos do usuário e um aplicativo que o auxilia no manejo das funções oferecidas.
Dentre as principais funcionalidades do aparelho estão: Detecção de objetos, navegação, detecção de cores, identificação de transação monetária e conversão de texto para fala.
Ao me aprofundar mais no projeto, comecei a questionar se essa solução poderia oferecer algum perigo ao usuário por trabalhar com a deficiência visual do mesmo, que poderia se ferir ao confiar totalmente no dispositivo.
Ao apresentar o Theia Vision ao restante da turma em uma das aulas, essa questão também foi levantada pelos alunos e pelo professor, o que me fez refletir ainda mais sobre essa questão.
Durante essa mesma aula, tomei conhecimento sobre o aplicativo Be My Eyes, onde pessoas com boa visão podem "emprestar" os seus olhos para alguém com a visão prejudicada. Isso é possível quando o deficiente visual mira o celular para objetos específicos e a pessoa encarregada de o ajudar escreve o que está vendo, logo após isso, o aplicativo transforma esse texto em áudio e o repassa para a pessoa que deseja "ver" aquele objeto. Achei a ideia do aplicativo muito interessante, mas continuo me perguntando até onde a confiabilidade desses serviços, tanto o Theia Vision quanto o Be My Eyes, se estende.
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Acredito que uma solução para tal problema seja complicada de se resolver devido a imprevisibilidade dos acontecimentos do dia-a-dia. Ao meu ver, ambas as soluções seriam mais adequadas como apenas um auxilio ao deficiente visual e deveriam alertar ao público alvo que o mesmo não deve depender inteiramente do software e que ele deve se manter atento ao que está acontecendo ao seu redor.
De qualquer forma, esse auxilio já é uma ferramenta extremamente útil em situações como compras no mercado, procura de itens em casa, escolha de roupas que combinem suas cores, entre outros e não deve ser desmerecida.
Outro ponto que também me fez pensar foi a questão do Theia Vision, ser um aplicativo voltado para pessoas com visão parcial, excluindo dessa forma, pessoas inteiramente cegas.
Pensando no contexto mencionado a cima, onde o software deixa claro que todo o processo funciona como um auxílio ,e que o usuário deve se manter atento e não depender inteiramente do aplicativo, pensei em algumas coisas que pudessem melhorar a experiência do usuário ao utilizar o dispositivo.
Vibração: além da função do áudio, o aparelho também traria sensações táteis ao usuário.
- O aparelho vibra quando percebe que existe algum obstáculo muito próximo do usuário. A intensidade da vibração varia de acordo com essa distância. Exemplo: única vibração fraca (para objetos mais distantes) e única vibração forte (para objetos bem próximos)
- Uma sequência de vibrações que dão a ideia de direção ao usuário. Exemplo: duas vibrações rápidas (direita), três vibrações rápidas (esquerda).
Auxílio pessoal: inspirada no aplicativo Be My Eyes. Pessoas cadastradas no aplicativo (com suas identidades devidamente verificadas), podem se oferecer para ajudar a guiar pessoas com deficiências visuais em determinados percursos.
Apesar dos problemas mencionados acima, o Theia Vision traz a pessoa com deficiência visual a oportunidade de ganho de independência em tarefas que antes eram difíceis para o mesmo, e deve ser reconhecido por isso. Por ter proporcionado a essas pessoas a possibilidade de realização de tarefas, como compras, mais simples entre outras muitas coisas, esse projeto me chamou a atenção.
https://www.bemyeyes.com/
http://www.yankodesign.com/2018/03/28/let-your-phone-do-the-seeing/
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